Basicamente, o racismo é definido, dentre outras acepções, como agressão ao outro. Não é difícil concebermos as práticas racistas como agressão, basta lembrarmo-nos de alguma situação que o expresse: qualquer que seja ela, a vítima sempre é agredida em algum aspecto, como no moral ou profissional, por exemplo.
Muito se tem discutido acerca do combate às práticas racistas, no entanto ainda não verificamos, de maneira significativa, a redução dessas. O que parece contraditório, em se tratando de Brasil, é a existência do preconceito racial diante da diversidade que caracteriza a cultura brasileira. E uma das formas de se tentar desenvolver o apreço e respeito pela pluralidade cultural brasileira é pensar na formação de cidadãos conscientes. Para tanto, entra a participação da escola.
Dessa forma, a educação constitui um dos principais mecanismos de transformação de um povo e é papel da escola, de forma democrática e comprometida com a promoção do ser humano na sua integralidade, estimular a formação de valores, hábitos e comportamentos que respeitem as diferenças e as características próprias de grupos e minorias. Assim, a educação é essencial no processo de formação de qualquer sociedade e abre caminhos para a ampliação da cidadania de um povo.
Nesse contexto, o governo federal sancionou, em março de 2003, a lei 10.239, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de História da África no currículo do ensino fundamental e médio. Com efeito, busca-se resgatar historicamente a contribuição dos negros na construção da sociedade brasileira.
Medidas desse tipo buscam alterar positivamente a realidade vivenciada pela grande maioria da população negra e trilhar um caminho rumo a uma sociedade democrática, justa e igualitária, revertendo os perversos efeitos de séculos de discriminação.
Em vista dos aspectos observados, deparamo-nos com um problema muito nocivo à harmonia social: o preconceito baseado na característica mais notável do outro─a cor da pele. Verificamos, portanto, que a escola, por desempenhar papel já descrito, deve pensar em medidas que viabilizem o combate ao racismo.
Assim, as escolas devem constituir uma proposta interdisciplinar que visa, a partir de atividades diversificadas, discutir a questão racial e formar o cidadão dotado de valores humanos, principalmente do respeito ao outro.
Texto de Fabrício Amorim
É licenciado em Letras: Português/Inglês pela Universidade do Estado da Bahia (2007). Atualmente é professor de Lingua Portuguesa e Literatura (Ensino Médio) e mestrando em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia. Interessa-se por estudos morfossintáticos, sobretudo sob a perspectiva funcionalista, bem como por assuntos atinentes ao ensino de Língua Portuguesa.
terça-feira, 30 de março de 2010
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